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O DIA DA MULHER É UM CLICHÊ OU UMA HOMENAGEM JUSTA?

Por Flavia Morizono*

Por décadas, as mulheres foram excluídas de posições de liderança no mundo corporativo. Eram escolhidas para papéis secundários, invisibilizadas e desvalorizadas apenas por serem mulheres. Felizmente, muita coisa mudou. Hoje, vemos mulheres ocupando cargos de alto escalão e mostrando todo o seu potencial.

Nesse contexto, o Dia Internacional da Mulher se apresenta como uma data carregada de significados históricos e sociais. No ambiente corporativo, a ocasião é uma oportunidade para as empresas demonstrarem o reconhecimento e a valorização das mulheres em suas equipes. Mas aí surge a pergunta: será que essas ações são realmente genuínas? Ou acabam se tornando gestos superficiais, mais preocupados com a imagem da companhia do que com uma transformação real?

Do ponto de vista de reputação, as ações no Dia da Mulher podem ser extremamente positivas, desde que sejam autênticas. O público, tanto interno quanto externo, está cada vez mais atento ao chamado pinkwashing: quando empresas utilizam datas simbólicas apenas para autopromoção, sem implementar mudanças concretas ou políticas reais de inclusão.

Por exemplo, lançar campanhas externas exaltando a igualdade de gênero, enquanto dentro da organização faltam práticas que promovam equidade ou oportunidades reais para mulheres. Essa incoerência pode comprometer a credibilidade da marca. Por outro lado, quando as iniciativas são genuínas e refletem um compromisso contínuo com a valorização feminina, elas fortalecem a imagem da empresa como um ambiente diverso, inclusivo e justo.

Acredito que as empresas devam, sim, realizar ações no Dia da Mulher, mas com algumas ressalvas fundamentais. Essas iniciativas precisam agregar valor verdadeiro às colaboradoras. Não basta um gesto simbólico, é preciso criar espaços e oportunidades, onde as mulheres se sintam ouvidas, reconhecidas e apoiadas.

Quando conduzidas com seriedade e propósito, as ações no Dia da Mulher têm impacto positivo tanto para as colaboradoras quanto para a reputação da empresa. No entanto, elas precisam fazer parte de um esforço maior, um compromisso contínuo com a inclusão, o respeito e o desenvolvimento humano.

O Dia da Mulher pode até soar como um clichê para alguns, mas é uma homenagem que o planeta deve às mulheres há muito tempo. Não se trata apenas de celebrar, mas de reconhecer o caminho percorrido e, principalmente, o longo percurso que ainda temos pela frente.

Celebrar o Dia da Mulher é, acima de tudo, uma oportunidade de fazer a diferença para as funcionárias, para as empresas e para a sociedade como um todo.

*Flávia Morizono é diretora de planejamento e operações da agência de eventos corporativos e live marketing, Joia – Experiências que Transformam.

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