Iniciativa do fotógrafo e ambientalista Mário Barila visa ajudar a intensificar e tornar mais efetiva as ações de instituições e comunidades que já fazem reflorestamento
O Projeto Água Vida, criado há 10 anos pelo fotógrafo e
ambientalista Mário Barila, anuncia o prosseguimento de importantes ações
sociais e ambientais em todos os biomas brasileiros. Entre elas, uma iniciativa
ganha uma atenção especial: trabalhar na instalação de novos viveiros de
espécies nativas e em extinção para recuperação de áreas degradadas.
A ideia é intensificar a produção de mudas, com fornecimento de
insumos e condições para que as comunidades locais e entidades ligadas a
proteção ambiental possam cultivar mudas de espécies nativas, principalmente as
mais difíceis de serem encontradas, de cada região, para que possam ser
utilizadas no processo de reflorestamento.
O objetivo é tornar mais eficiente e dinâmico o trabalho de
recuperação das áreas desmatadas e impactadas pelas recentes queimadas.
“Instalar berçários de mudas em diferentes áreas de preservação permite disponibilizar
maior quantidade de plantas e sementes com mais agilidade para ações de
reflorestamento”, explica Barila.
O Projeto Água Vida ajudou na implantação de viveiros de espécies
nativas em lugares como Fernando de Noronha, Bonito, Chapada dos Veadeiros, na
Amazonia, em Curitiba (onde são produzidas mudas de araucárias) e, mais
recentemente, em Diamantina (MG). Também foram doados insumos e sementes para o
Viveiro Municipal de São Sebastião aumentar a produção de mudas de árvores
depois do desabamento das encostas provocado pelas chuvas.
Nas últimas ações, foram entregues insumos para montagem de viveiro e 10 mudas de árvores frutíferas, entre elas goiabeiras, pitangueiras, de Jabuticaba Sabiá, pés de amora, acerola, nêsperas, romã e de espécies nativas para Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais), de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. No viveiro, a entidade poderá desenvolver várias atividades com alunos, que terão a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento de novas plantas, desde o plantio das sementes até a germinação e replantio no local definitivo.
Para início 2025, está prevista uma nova etapa do Projeto Água Vida na Amazônia, serão plantadas mudas de sumaúma, considerada árvore sagrada dos povos indígenas e nativos da América Central e África. A espécie, que surpreende pelo seu tamanho que pode atingir 70 metros, serve de abrigo para pássaros e insetos. E suas raízes absorvem água das profundezas do solo e soltam o excesso irrigando as outras espécies vegetais de estão ao seu redor.
Mudas doadas e plantadas – A expansão dos viveiros, assim
como todas as ações do Projeto Água Vida, é financiada com a venda das
fotografias de Mário Barila. Quem quiser participar dessa iniciativa pode
entrar em contato através do site do fotógrafo.
Ao longo dos 10 anos, Água Vida já doou milhares de mudas de
espécies nativas, usadas na recuperação de áreas degradadas da Amazônia, do
Pantanal, do Cerrado, manguezal de Alagoas, da Mata Atlântica e a população de
araucárias no Sul do país.
Com sua câmera e ações, Barila abraçou causas como a recuperação
ambiental de Brumadinho e Mariana, destruídos pelo rompimento da barragem de
mineração; reflorestamento das encostas dos morros do litoral de São Sebastião
(SP), a fim de evitar novos deslizamentos. Foram doadas mudas para os Parques
da Paisagem Carioca, reservas da floresta amazônica no Pará e Amazonas, entorno
da Ilha do Mel, Pantanal do Sul (MS), a região devastada pelas recentes
enchentes no Eldorado do Sul (RS), o manguezal em torno da Lagoa de Mundaú (AL)
e até para a restauração das obras paisagísticas de Burle Marx, em largos do
centro histórico de Tiradentes (MG).
“As ações de recuperação ambiental realizadas pelo Projeto Água
Vida são pequenas em relação ao tamanho do desastre ambiental que o Brasil
enfrenta. Seria ótimo poder realizar ações maiores”, afirma o fotógrafo que
está aberto a parcerias, seja de pessoa física ou jurídica, interessadas em
apoiar o projeto de alguma forma.