A especialista compartilha orientações para viver bem, com movimento, saúde e leveza
Com aumento da expectativa de vida, envelhecer com saúde, independência e bem-estar tem se tornado um grande desafio. Afinal, conquistar a tão desejada longevidade é um processo que envolve muito mais do que apenas viver mais. Trata-se de uma jornada de autoconhecimento, autocuidado e busca pela saúde física e mental, que requer uma abordagem equilibrada e integrada.
“Envelhecer não é apenas um destino, mas um processo em que cultivamos o cuidado conosco em todos os aspectos – físico, emocional e mental”, explica Juliana Romantini, treinadora corpo & mente, especialista em Mindfulness, habilitada em Medicina do Estilo de Vida por Harvard e criadora do método Prática Integral.
Romantini destaca que, na busca pela vida longa e plena, o exercício físico é um dos pilares mais importantes para quem deseja preservar a funcionalidade e a qualidade de vida com o passar dos anos. “Esse hábito, especialmente quando envolve atividades cardiovasculares moderadas e de fortalecimento dos músculos, como a calistenia – que utiliza o peso do próprio corpo, como uma musculação natural –, previne a sarcopenia, a perda de massa muscular que ocorre naturalmente com a idade, e fortalece tanto o corpo quanto a mente”, acrescenta.
A especialista também destaca os efeitos bioquímicos do exercício, como a produção de miocinas, hormônios que ajudam no combate a inflamações e auxílio da regeneração muscular. “Exercitar-se é uma defesa poderosa contra processos inflamatórios, promovendo uma melhor resposta imunológica do nosso organismo”, afirma.
E se engana quem pensa que a prática de exercícios precisa ser intensa para ser eficaz. Segundo Romantini, o que importa é a frequência e o prazer em se movimentar. “O movimento diário pode ser simples, mas seu impacto é profundo. Embora começar possa ser desafiador, o esforço de sair de casa e adotar uma nova rotina saudável traz benefícios duradouros, especialmente na forma como isso ajuda a melhorar a qualidade de vida de maneira integral, prolongando nossa vitalidade”, afirma Juliana.
Cérebro ativo – Investir em exercício físico e autocuidado contínuo é também importante para manter o cérebro ativo, prevenindo doenças cognitivas, como o Alzheimer, e a depressão, que leva a sentimentos de isolamento e tristeza.
“Muitas vezes, a solidão e a tristeza podem surgir silenciosamente com o envelhecimento, especialmente se a pessoa mantém uma vida isolada e sem estímulos. Ao criar o hábito do exercício e do autocuidado, estamos também dando à nossa mente a energia e a conexão de que ela precisa para se manter saudável”, ressalta.
Além disso, Romantini chama a atenção para um dado alarmante entre pessoas da melhor idade: as quedas são a principal causa indireta de morte entre idosos. “Quedas leves, como um tombo durante o banho, podem ter consequências sérias. A falta de força muscular e equilíbrio são fatores que tornam esses acidentes mais comuns e mais perigosos para a saúde. O treinamento de equilíbrio e reflexos é fundamental para quem quer garantir uma longevidade ativa e livre de complicações” alerta Romantini.
Viver no agora – Outro pilar que ela considera essencial para um envelhecimento de qualidade é a prática de “viver no agora”. “Estar presente no momento atual é uma atitude que ajuda a valorizar cada dia e a cultivar um estilo de vida mais atento e equilibrado. Para muitos idosos, que já conquistaram estabilidade em diversas áreas da vida, o valor do presente torna-se ainda mais significativo: viver o agora, com a prática do mindfulness, dá mais sentido e propósito a cada dia, tornando a longevidade uma experiência realmente satisfatória,” garante Romantini.
A especialista lembra que o sedentarismo é um dos fatores mais prejudiciais à longevidade e principais causadores de doenças crônicas, que acabam acelerando o envelhecimento de maneira drástica.
“Por isso, é fundamental movimentar-se. Quando nos dedicamos ao autocuidado, fortalecemos nossa capacidade de enfrentar os desafios e aproveitamos ao máximo a jornada da vida, mantendo corpo e mente em sintonia. Afinal, longevidade é mais do que viver muitos anos. É viver bem cada fase da vida, com saúde e leveza”, conclui Romantini.